Educação Infantil e Ensino Fundamental
Rotina - Conviver, construir e aprender com as diferenças
Na escola, assim como em outros espaços, lidamos o tempo inteiro com o coletivo e o individual. É na relação dialética (ou dicotômica) entre essas duas instâncias que nos constituímos como sujeitos, construímos nossas aprendizagens, realizamos nossas experimentações quanto ao “estar no mundo”. Desta forma, em um grupo emergem as individualidades de seus integrantes, com suas diferentes formas de expressão e interação. Estes sujeitos têm características diferentes, histórias de vida também distintas, maneiras próprias de sentir, pensar e agir.
Um grupo secundário se constitui, no caso da escola, a partir de um objetivo comum, da aprendizagem. Quando um grupo se forma entram em jogo as subjetividades que o compõem e é a partir das manifestações e da interação destas subjetividades que a dinâmica de cada grupo deve ser avaliada, discutida e regulamentada.
Buscamos a legitimidade das regras que regem cada grupo, oportunizando a reflexão, a discussão e o encaminhamento entre os seus integrantes. É preciso que haja o conflito, que surja a necessidade e que seja percebida a inadequação da situação, para que uma regra seja estabelecida. E esta mesma regra, que num determinado momento foi necessária, poderá ser reformulada, cancelada ou substituída posteriormente, caso se mostre inconsistente.
Como estabelecer regras e limites sem sermos autoritários? Como formar cidadãos críticos, criativos, autônomos e conscientes? E como encaminhar os trabalhos pedagógicos neste contexto?
Não há uma fórmula, mas, no decorrer da nossa trajetória, percebemos que determinadas ações integradas que norteiam o nosso trabalho têm favorecido esta construção: a roda, que é o espaço cotidiano em que cada um pode falar de si, criticar, questionar e propor encaminhamentos; o lanche coletivo, que também tem objetivos pedagógicos e sociais, e, especialmente, o modo como é conduzido e desenvolvido o processo de aprendizagem. Desta forma, cada turma da escola tem características próprias e uma maneira singular de conduzir seus trabalhos.